27 de setembro, dia de SÃO COSME E
SÃO DAMIÃO, memória mais festiva da minha infância! Dia de fazer fila
organizada na casa de quem distribuiu cartões; dia de se acotovelar na frente de
portão “suspeito” de distribuição; dia de não se intimidar frente aos grandes;
dia de correr; dia de entrar em casa desconhecida sem a mãe brigar, com grandes
mesas convidativas, de gente feliz que veste branco; de ganhar de graça, afinal
há a família, os vizinhos!!! Dia de dividir os doces em bacias, contar balas, maria-moles,
pés-de-moleque, cocôs de rato (só quem conhece a festa vai entender que isso é
doce!)...
Quando eu vim morar em Ctba, tentei
dar doces, afinal já tinha casa com portão, mas o Luiz me desanimou: - Amor, aqui não vai funcionar... e a nossa
filha jamais correria atrás de doces..., pelo menos até o ano passado!!!!! Isso
porque, em 2014, a família do Luiz organizou uma grande festa nessa data. Eles
tiveram suas justificativas, mas acho mesmo que a maior foi a grande saudade
que sentiam uns dos outros, uma vontade de chegar mais perto, de apresentar as
crianças e escolheram essa festa para driblar a agenda antipática que nos
afasta de quem amamos.
Em 2014, CLARA descobriu COSME E
DAMIÃO! Publiquei no FB um álbum da nossa maravilha. Dois detalhes para
comprovar que ela se esbaldou: teve de tomar banho na festa e a meia que usava
não teve salvação, foi direto para o lixo.
Sei que hoje tem gente que tinge o
dia com intolerância, armada de mil justificativas. Ora, se palavras de alegria
não limpam o encardido do peito, elas são a forma mais eficaz de acordar as
belas lembranças: - “Lembra quando a gente...” Hoje, nesse domingo cinzento
aqui e solar pela doçura de uma data que sempre foi para mim o verdadeiro dia
da criança, eu espero a filha acordar para lhe dizer: “Filha, lembra ano
passado do COSME E DAMIÃO?”
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