Um
dia, eu vou escrever uns Cadernos,
com resenhas de leituras incompletas. Como assim? Vou reunir as coisas que
penso enquanto leio, movida pelo toque na página e pela repetição de uma frase que
me seduz, quando o que falta é ainda enorme e mistério. Vou escrever de olho no
que já li, esquecida do que falta. De frente para o abismo.
Um
treino: Joanot Martorell tem me levado na conversa, a mim e ao Vargas Llosa,
com as aventuras de Tirant (Tirant lo
Blanc). Fui aos banquetes, enxuguei o sangue das lutas que salpicou meu
pijama e fiquei inebriada com a beleza de Carmesina. Estava ela de luto, protegida
por cortinas, entregue à sua intimidade, tanta que tinha a blusa aberta... Tirant é tomado. Descontrola-se, normal
nele... Um exagerado do século XV! Não
ignora que é uma senhora de alta linhagem – Princesa de Constantinopla!, acima
dele... Quando pensa em homenageá-la com um presente, o que escolhe?
O QUE ESCOLHE?
O QUÊ?...
UM LIVRO! Pronto! Fisgada... eu! Joanot
Martorell, eu e o Vargas Llosa, na sua conversa...
Nenhum comentário:
Postar um comentário